Mama África
A matriz da raça humana no mundo é africana, a transformação tecnológica inicial é africana, portanto a África é o berço da civilização.
O historiador José Rufino, em seu livro "A questão do negro em sala de aula" aponta que conclusões de paleontólogos, biólogos e geneticistas coincidem num ponto:homo sapiens surgiu com um pequeno grupo de animais na África Oriental (Etiópia e Quênia). O outro ponto é que os próprios egípcios se autodeterminavam "Khen" que significa negros. A maioria de seus ancestrais "desceram" durante milhares de anos, de Uganda a oeste e do Ponto a leste além do Mar Vermelhos, empurrados por abruptas mudanças climáticas, como o próprio Saara, que há milhares de anos, fora habitado e fértil.
O traço negroide, marca visivelmente, muitas das famosas esculturas egípcias como dos faraós Tutmés III e Zoses; Dejes (cerca de 2800 a.C) Quefrén (cerca de 2600 a.C) foram seguramente negros. As principais dinastias como Núbia, eram um País Negro, do Médio e Alto Nilo.
A língua egípcia foi a primeira do mundo a ser codificada em escrita em relação a ideologia, a organização política e a arte. É a civilização egípcia que mais se aproxima da cultura negra.
Na pesquisa realizada de 1985 a 1995, pela historiadora Elisa Larkin Nascimento, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, num curso de extensão que contou com o apoio do Instituto de Pesquisa Afro Brasileira -IPEAFRO, e resultou no livro "Sankofa Matrizes Africanas da Cultura Brasileira" a pesquisadora atribuiu a Grécia o conhecimento filosófico e princípio científico, mas os negros iam estudar no Egito e fundamentar os seus conhecimentos. Portanto , a engenharia, a arquitetura, a matemática, a medicina são ciências negras, que servem a humanidade.
A primeira revolução tecnológica se deu na África, e para tanto, Elisa Larkin Nascimento cita o processo de transição do extrativismo vegetal e animal, para o processo de agricultura e pecuária, e partiir daí, inicia-se a construção de cidades. Nas enciclopédias estes acontecimentos estavam localizados no Vale dos Rio Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia, atual Iraque.Porem, isto já estava ocorrendo anteriomente no Valer do Rio Nilo, assim como na região do Saara, onde há 15 mil anos, já existia a pratica da agricultura.Consta ainda nesta obra as lutas dos povos africanos no mundo e na América e num segundo volume temos a "mulher e a religiosidade e meio ambiente". Material que deveria ser incorporado aos currículos convencionais de formação de professores.
Em dezembro de 2000, a revista Nature, confirmou que o homem moderno surgiu no Continente Africano e começou a se espalhar pelo mundo ao por volta de 52 mil anos atrás. Para tanto, foi sequenciado o DNA completo dos mitocôndrias (fabricas de energias das células) de 53 indivíduos de várias regiões do planeta. A equipe de geneticistas UlfGyllensten da Universidade de Upsala, Suécia, foi responsável pela construção de uma árvore genealógica cuja a raiz se localiza no Continente Africano por volta de 100 mil anos atrás. Um outro estudo como do geneticista Henrik Kaesssman, do Instituto Max Planck de antropologia evolutiva em Leipzig, Alemanha, também sequenciou DNA mitocondriais, e o resultado foi uma árvore genealógica robusta que perde-se na África de 171 anos atrás.
Todos estes estudos com genes, são contestados por pesquisadores ingleses, como Philip Awadalla da Universidade de Edimburgo e Adam Eyre Walker da Universidade de Brington, que provavelmente não admitem uma Eva negra e africana.Mas cientistas australianos também questiona a origem africana, pois fósseis encontrados no Lago Mungo, datado de 68 mil anos atrás não tem ligação com os ancestrais africanos.
Mama-Africa não é só o refrão de um reggae. A cultura popular desconhece, mas a ciência mostra que a civilização ocidental, tem origem nos conhecimentos africanos, são conceitos científicos que desfazem as teorias eurocêntricas, comum nas salas de aula.
Manoel Messias Pereira
cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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