A queda da ciclovia Tim Maia em São Conrado
Olhando a lua cheia, sabendo que a maré apresenta-se ressacas, e observando que uma ciclovia mal feita, com um gasto exorbitante pra ser construída, se estabelece como tragédia grega. Mas neste momento duas vidas se perderam e há pessoas outras feridas. E o engenheiro que errou no calculo da obra, o arquiteto que não soube explicar a beleza do perigo, e o perigo das ondas parece que faz o espetáculo cinematográfico da crônica do dia.
Desde a antiguidade, os seres humanos olham o sol, a lua, demonstram na observação uma linha de raciocínio. Uns dizem que é na lua cheia ou crescente que se deve cortar os cabelos outros dizem que é na lua cheia que se deve pescar, portanto eu na minha santa ignorância, tenho muito pouco aprendizado para descrever, o momento certo de plantar de colher de podar as árvores. A única coisa que ouço é que na Lua cheia o mar apresenta a ressaca.
E assim tivemos a ciclovia Tim Maia em São Conrado no Rio de janeiro, que não foi páreo para as ondas que veio do mar. Essa ciclovia que foi inaugurada no dia 17 de janeiro de 2016, e foi gasto nesta construção 44 milhões. Uma obra que seria a atração dos Jogos Olímpicos, numa homenagem ao compositor da Canção do Leme ao Pontal, o nosso cantor irreverente em vida Tim Maia.
A Prefeitura de São Conrado classificou de imperdoável o acidente. Outros jogam culpa na natureza. Mas devemos ter o olhar frio da lógica, da razão e estabelecer que o ser humano também erra. E essa obra é algo que se fez errado. E que levou a vida de um engenheiro de 54 anos chamado Eduardo Marinho, que obviamente não conheço e que sei foi dito na TV, e um outro senhor de 60 anos chamado Ronaldo Severino da silva e há uma outra pessoa desaparecida que os bombeiros continua a procurar o corpo.
Sabemos da dificuldade econômica que passa o Rio de Janeiro. Sabemos que o estado foi um que mais gastou com folha de pagamento e sei também que houve atrasos de pagamentos. A prefeitura do Rio de Janeiro não tenho um dossiê de suas contas mas em tempo de crise, tirar 44 milhões dos bolsos do contribuinte e apresentar como tragédia para o mundo, e tentar culpar o mar. Com certeza não é o melhor espetáculo a ser posto no portal do mundo. E um momento de tristeza, que se faça de forma racional essa tragédias.
E o que sabemos é que a palavra ponte é algo construído para que possam todos os seres humanos que ao trafegar estejam transpondo um obstáculo da natureza, um cruzamento um acidente geográfico, e no mundo há inúmeras pontes construídas há anos, e que poucas tragédias são noticias nelas destaco a Ponte Akashi-Kaikyo, a Ponte 25 de abril em Lisboa a Tower Bridge em Londres. A palavra ponte que vem do Latim Pons que por sua vez descende do etrusco Pont que significa estrada que deriva da raiz Pent que significa a ação de caminhar.
É devemos caminhar, com os olhos no futuros, pois os acontecimentos históricos não se repetem a não ser a primeira vez como tragédia e uma segunda vez como farsa, lembrando as palavras de Karl Marx. Sendo assim espero que saibam gastar de forma equilibrada os impostos dos contribuintes e que o serviço público serviam ao público. E não pra ser espetáculo degradante e cruel, como a possibilidade de alguém ter que chorar diante das ondas e a maré em ressaca. Desde a antiguidade que os olhos humanos observam a Lua o Sol. E mesmo assim não aprenderam a construir respeitando a natureza. Sei pouco de engenharia e muito pouco de arquitetura e talvez de beleza. Mas entendo de tristeza. Desculpe-me.
Manoel Messias Pereira
cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto -SP.
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