O Dia Internacional do Trabalho
Hoje quando falam no trabalho temos a certeza contemporânea que o trabalho é o fator de riqueza de uma nação, ou de um Estado, e com certeza do mundo. Mas o estágio que permite uma análise histórica sobre o ser humano trabalhador nunca teve esse otimismo e perspectivas. Embora saibamos que o trabalhador que temos na atualidade nem sempre se realiza-se profissional, política ou economicamente de forma satisfatória.
A história permite-os apreciar que no período antigo da humanidade, o trabalhador viviam em agrupamentos, em tribos, e todo o trabalho era feito de princípio coletivo, assim como o fruto deste trabalho era repartido igualmente. Porém com o domínio sobre a natureza de alguns, que conseguiram acumular mais bens materiais do que outros, como se fosse a história da cigarra e da formiga em que a formiga trabalhava e a cigarra só cantava, um dia essa cigarra por suas cantarolas será escravizada pela formiga. Embora essa fábula atravessou o tempo desde a Grécia antiga e chegou aos nossos dias, com uma outra roupagem vale dizer, que o processo de escravidão sempre foi um processo de plena desumanidade. E para isto sempre lembramos que houve inúmeras revoltas como a de Spartacus em Roma antiga, e assim os antigos escravos transformaram-se em servos. Os servos na Idade média, foram os responsáveis pelo trabalho nos feudos. Com a decadência do sistema feudal, fruto do aumento da população e da produção, vimos sair dos feudos os excedentes de produtos e de pessoas e com isto a humanidade viu o renascer das cidades e do comercio. Quando nas cidades então chamadas de burgos, crescem uma relação entre burguesia e reis absoluto. E no absolutismo deu-se o princípio do processo expansionista comercial. E duas classes antagônicas surgem o patrão aquele que vivem dos lucros e juros e o empregados portador apenas do seu salário. Nasce o capitalismo e a exploração de um ser humano sobre o outro. E nisto é que chamamos de luta de classe. Pois o patrão quer statuo-quos,riqueza enquanto que o trabalhador, será sempre aquele que ganha pra comer e viver a sua vida muitas vezes numa periferia em que tudo falta.
Com o advento da Revolução Industrial, quando os patrões acreditavam em ser donos de todos os meios de produção, detentores dos conhecimentos técnicos e científicos, donos das terras e das matérias primas, alem do mercado e da força de trabalho do operário, e passou a exigir até 16 horas semanais. E trabalhavam crianças e mulheres e essas muito mais exploradas do que os homens, foi quando dá início ao um conjunto de reivindicações. Vale lembrar neste período as maquinas os equipamentos começaram a modernizar-se, assim como as novas fontes de energias, e as máquinas e equipamentos mais modernos possibilitava o patrão a diminuir a mão de obra. E esse trabalhador que apenas tinha a força de trabalho e era o patrão que permitia por preços nos serviços como alias é até hoje, possibilita assim esse ser ficar desempregado. E o desemprego é para o trabalhador um castigo, pois ele não faz reservas de bens acumulados seja materiais ou em dinheiros. Isto porque o salário é imensamente irrisórios para as causas reais de suas necessidades. E este foi o estudo de Davi Ricardo, que Karl Marx vai ter acesso em que o trabalhador precisa ficar a merce do patrão. E Marx vai então escrever o que ele chamou de mais valia, ou seja parte da riqueza do patrão é sangue e suor da costa do empregado.
As primeiras reivindicações teve um caráter violentos, quando surgem os luditas que em números de cinquenta trabalhadores entram nos estabelecimentos e quebram as máquinas para terem o seu trabalho de volta, para manter a sua família. E nisto contam com essa força ideológica anarquista do pensar de Nedd Ludiman. Surge os quebradores de máquinas que passam a serem reprimidos pelos patrões que contam com as forças de segurança do Estado. E essas forças tem apenas o papel de preservar os patrimônios dos capitalistas. Com isto os trabalhadores são alvos de cacetes, de bomba de gás lacrimogênios, de balas de borrachas. Ou seja em nome do capital vale toda a desumanidade ao seu próximo.
Surgem os pensadores socialistas, de princípios os chamados socialistas utópicos que estão no campo empresarial e que resolvem adotar medidas socializantes exatamente para melhorar os desempenhos dos seus trabalhadores, nas suas fábricas, e isto não resolvem os problemas da classe trabalhadora. E por isto fundamentados na crítica ao sistema capitalista, que permite o patrão de ficar muito bem e com uma situação estáveis mas tem no mundo e em todos os países seres explorados vivendo em precárias condições de desumanidade. E neste contexto Karl Marx e Friedrich Engels a partir do seu Manifesto Comunista, elabora a Teoria do Socialismo Científico, alicerçados na Crítica ao Capitalismo Inglês, que foi o mais próspero do mundo, para a classe burguesa, na adoção as experiencias dos franceses, principalmente dos jacobinos, antes da reação termidoriana, e por fim na experiencia da Comuna de Paris, quando os trabalhadores assume o poder na França, até serem derrotados por forças externas e na Liga dos Iguais, em que surgem a ideia do comunismo. Além da Filosofia de Hegel que foi um idealista, e Karl Marx vai virar do avesso a sua dialética, estabelecendo a discussão pela necessidades materiais do trabalhador, ou seja o que precisa ter é comida pra comer, roupa pra vestir , calçados, casa pra morar, ou seja algo material, dai nasce o que foi intitulado de Materialismo Histórico Dialético.
Assim os religiosos católicos, observando que a classe trabalhadora tinham guarida agora numa camada política.Passa a ter no papa Leão XIII, que elabora Reurum Novarum, a teoria Social da Igreja, para contrapor aos comunistas, que segundo alguns religiosos, diziam que não acreditavam em Deus. Portanto disto a ideia de uma teoria que não fosse materialista e sim espiritual. Ma como também não desejava entrar em choque com o empresariado a Igreja católica dizia que sabia das dores da classe trabalhadora mas via a riqueza como um "dom de Deus". Essa teoria foi revisitada por João XXIII, no seu pontificado, ele que criou a possibilidade de todos ver Jesus Cristo como um trabalhador e disto creio que vai surgir as Comunidades Eclesiais de Bases, as pastorais sociais, e o princípio da Teologia da Libertação. E essa linha de pensamento com certeza vai entrar em choque com o grupo da TFP Tradição Família e Propriedade, que acredito que haja uma boa disputa política no sei da Santa Igreja, Enquanto que um grupo caminham com os trabalhadores outro grupo instrumentalizam os proprietários de terras e sob as benças de Cristo instrumentam a violência no campo.
O dia do trabalho nasce das manifestações de 1886 nas ruas de Chicago, com a finalidade dos trabalhadores reivindicar 8 horas de trabalho, uma vez que a jornada era de 16 horas. Sendo que nesta manifestações teve origem a greve geral . E no dia 3 de maio de 1886 tres pessoas acaba falecendo após confronto envolvendo trabalhadores e policiais e assim como no dai seguinte um desconhecido soltam bombas nos policiais. E assim o conflito continuou. Em 1889 durante a segunda Internacional Socialista teve a aprovação dos trabalhadores de lutar por uma jornada de 8 horas. e a criação do dia 1 de maio como Dia Internacional do Trabalho. Em 1891 uma Manifestação de trabalhadores foi dispersada por policiais com a morte de 10 trabalhadores. Mas em 23 de abril de 1919 o Senado franc~es ratificar a jornada de 8 horas. Já em 1820 A União Soviética adota o dia 1 de maio como feriado nacional. E em 1890 nos Estados Unidos a luta pela redução da jornada é aprovada. No Brasil que em 1917 teve um greve Geral e um crescente movimento de operário no princípio de republica, uma vez que o nosso movimento operário nasce com anarquistas e comunistas, o dia 1 de maio passou a ser um dia de protestos e críticas ao modelo sócio econômico, sendo que o presidente Arthur Bernardes em 1925 decretou feriado nacional. Já em Portugal a data passa a ser comemorada a partir da Revolução dos Cravos. Em Moçambique até 1974 era proibido de comemorar o dia do Trabalho.
Há em 1988, em Angola 500 mil pessoas participaram do desfile do 1 de maio em Luanda e o que chamou-me a atenção foi um boneco simbolizando Jonas Savimbi e um latão de lixo e a critica era morte ao lixo e a Savimbi. Ele que era representante do Partido da UNITA - União total de Angola, e num contexto de guerra fria, sabia-se que Savimbi foi posto como personagem pelos Estados Unidos e Inglaterra exatamente para boicotar o governo do MPLA. Mas o desfile teve um caráter festivo, acompanhada no Palácio dos congressos da Jornada Internacional de solidariedade com a Luta Heróica dos Trabalhadores Angolanos quando na época pediram para retirar as forças sul-africana de Angola.
Essa data foi um tanto deturpada por algumas centrais no Brasil, que começou a fazer sorteio de carro, transformando num dia de show e sem nenhum caráter classista. Creio que esses sindicatos tem aliados a Força Sindical e a Cut, andaram tropeçando nos seus compromissos com a classe trabalhadora, metidos em conciliação de classe assim como fez politicamente o PT que provavelmente arrependeu-se, e aos poucos vão retomando as suas origem que são os atendimentos aos princípios de respeito ao trabalhador na luta por seus direitos num processo humanístico e de respeito mútuos.E isto bem demarcado nas manifestações de 28 de abril de 2017.
Sempre os nossos poetas, cantores e compositores estiveram atentos a embalar em poéticas a vida do trabalhador, desde Seu Jorge, Cartola, Vinícius de Morais, Chico Buarque, João do Vale e Carlos Drummond de Andrade, Joaquim Moreira entre tantos outros. E com isto entendemos que o trabalho e o trabalhador brasileiro é o responsável pela riqueza do país. E diante do processo exploratório, que são submetidos, todos os trabalhadores desejam sim e ter os seus direitos preservados, assim como o seu atendimento básico de saúde, educação na plenitude de todas as canções.
Manoel Messias Pereira
poeta, cronista e professor
Membro da academia de Letras do Brasil - ALB
São José do Rio Preto -SP.
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