Diálogo Dialético Literário
Meu caro escritor Edvaldo Giacomelli, estive com os olhos voltados para as crianças, essas singelas pétalas de carne, acompanhadas de espíritos e percepções. São elas gotas de orvalho, diante de uma fonte engendradas pelas transformações capitalistas. Encontramos estes pequenos seres robotizados e ruborizados. Mas são frutos, do absurdo cometidos e construídos por adultos. São frágeis, são guerreiras.
No livro Caderno Negros 19, escrevi o poema "Gestos Infantis, onde digo"O olhar que contempla o luar e traz sentimentos de amor e paz é o mesmo olhar que contempla o sol e descobre brilho de esperança nos primeiros passos de nossas crianças".
Estas crianças que caminham , procurando as pegadas de um mestre na areia, mas diante da estupidez urbanizada ou ruralizadas, aderem ao trabalho informal esquecendo de serem crianças.
Você caro amigo, confrade da mesma academia, pensa que o problema cresce de forma geométrica e demograficamente, mas uma pesquisadora estado unidense, Betsi Hartnann, autora de ReprodutiveHight Wrongs, The Global Politic Of Population Control, afirma : "É o modelo neoliberal e não o crescimento populacional que incentiva o uso predador dos recursos naturais e a exploração dos seres humanos", além disto existe a convicção do historiador Eric J. Hobsbawn, que afirmava "não existe uma maneira simples de medir as mudanças nos mais altos graus da consciência de classe" e segundo ele, não há escola onde mesclar adequadamente a convicção e ação política não sectária.
Recordas quando ainda na nossa juventude eu expunha lá nos vidros da Tilibra, junto comigo havia poesia do Efraim Garcia Lopes e de Marcia Regina Ferreira, pessoas que como eu em plena jovialidade sonhavam. E esses sonhos que acabou contaminando você meu confrade que aprendeu a fazer do joio o mais puro trigo, do abutre o meigo beija flor, deu asas às serpentes e fez voá-las e espalhar ao mundo o amor. Como dizia Amilcar Cabral lá de Guiné Bissau "Ai do revolucionário que não sonha " e daí digo você amigo passou a revolucionar com as palavras.
Comentando as questões como da Croácia, do Vietnã, onde adultos com as suas convicções políticas religiosas e os poderes, ilustraram o mundo com catástrofes, na qual as crianças são sempre vítimas. Neste contexto prefiro lembrar Vinícius de Moraes o poeta do amor, comunista, que os militares do golpe de 1964, chamavam-o de vagabundo. Mas foi o poeta que encantou com as palavras de amor e assim ele escreveu "Depois da guerra, vão nascer os lírios nas pedras, grandes lírios cor de sangue, belas rosas desmaiadas e vão haver fertilidade, natalidade e felicidade". Quanto aos mineirinhos que você refere-se em sua crônica, fico com as palavras do poeta de Montes Claros -MG, o Euzébio Pereira, que também escreve no Caderno Negro, assim "melhor seria se o coração peregrino, frágil que nem menino, brigasse, pedisse, fizesse, já não faz", mas diante das dores do mundo, nossos corações apanham imploram e desmancham em lágrimas, como a hidrografia do manancial do seu olhar.
Palavras, poesias são formas encontradas pra que a arte do encontro contribuições para a nossa amizade, enquanto desencontro pela vida afora, são alicerces de destruições. A teologia traz interferências que explicam as diversidades humanas, tenho certas reservas a elas, mas em outras oportunidades prometo dizer porquê . Quanto aos gregos e troianos, hoje são apenas refúgios da filosofia de Karl marx e Friedrich Engels, que retomam dois mil anos de histórias dos antigos gregos a concepção materialista do mundo que a situação histórico scial do regime escravagista emprestava apenas um caráter espontâneo e primitivo, e descobrem Heráclito que disse "Tudo se move, nada permanece", "não nos banhamos duas vezes no mesmo rio", "é o que ser de Deus está em movimento". Entender isto é fundamental por isso segue um abraço sincero deste amigo que move-se pela Paz e Fraternidade entre todos os seres humanos.
Manoel Messias Pereira
cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. BRASIL.
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