Crônica - Refletir e Existir - Manoel Messias Pereira



Refletir e Existir

O tempo é parte de nossa existência. Quanto mais vivemos, mas passamos a entender que vida não é apenas o respirar dos pulmões, mas é refletir sobre todos os eventos que passou e, entender como construímos a nossa caminhada, em busca da paz e da felicidade. E essa busca é constante.

E para que possamos ter essa busca consolidada, passamos a estudar, a observar a natureza e nela está incluída a ação humana.Uma ação que é perpetrada não de forma isolada, mas de maneira coletiva, nos grupos civis, eclesiásticos, militares de forma organizada.

O estudo nos leva sempre ao conhecimento formalizado, mas esse conhecimento é algo aprendido não apenas pelos estudos mas sim na construção da vida. Pela amizade, pela religião, pelo lazer, pelo prazer epicurista de tomar um vinho, uma cerveja, ou de não querer tomar nada. E o conhecimento humano e estudado pela gnosiologia. E o objetivo do conhecimento humano é chegar a verdade.

Pela verdade buscamos as nossas orientação acertadamente no meio ambiente e vai modificar esse ambiente a partir da necessidade dos seres humanos. Para a ciência a verdade é aquilo que se expressa  corretamente a resistência.

A práxis, ou a prática não é somente o critério da verdade mas o arranque do conhecimento. O mais seguro ´critério é a pratica social quer dizer em outras palavras é animar. E o próprio imperativo da verdade nasceu das necessidades humanas. Friedrich Engels dizia que uma exigência técnica impulsiona a ciência para diante mais de que uma dezena de universidade. 

E quando penso nisto vejo a universidade principalmente no país em que vivo ou seja o Brasil, ela está preocupada com o mercado, pois é dele todo o esforço e financiamento. Mas a necessidade que observo nas grandes e talvez nas pequenas cidades é o da solidão, do abandono de seres humanos jogados nas calçados, na minha cidade há alguns centros espíritas que levam sopas pra moradores de rua. As ruas eram para apenas serem as veias das cidades, mas viraram um espaço de moradia. Daí eu não entendo os programas habitacionais, que são insuficientes, que não resolvem os problemas. 

E nisto reside a falsidade, a mentira, dos ideais políticos e sociais dos partidos capitalistas, que estão preocupados em negociar cargos, em negociar obras com essas ou outras empresas. e a mentira reside até mesmo na propaganda política. Ou será que no Brasil alguém em sã consciência acredita que tudo o que é falado pelo capitalismo é verdade?

É engraçado que há um regulamento de propaganda nos meios jurídicos, porém isto é pra proteger o consumidor de um eventual abuso. Porém na politica todos os eleitores ou consumidores destes serviços públicos estão praticamente desprotegidos, e não venham falar em impeachmente, pois essa postura, de eleger e tirar é uma mentira. Pois há uma linha ideológica e uma prática política que vai no sentido de proteger um status quos ou não. E os processos são viciados, e retiram quem incomodam a elite econômica, e politica, mantendo assim todas e possíveis consequências sociais.

 Ninguém vai querer uma consulta popular pra resolver retirar os direitos dos trabalhadores. Pois em tese o que as tais reformas fazem é isto, dai resolve-se que os eleitos estão convictamente representando o povo. Porém todos os representantes do congresso poucos são os trabalhadores que lá estão representados. O povo parece galinhas, que tens a vida decididas pelas velhas raposas. Ou seja esse trabalhador que representa uma massa como galinha vão ser todos jantados pela elite das raposas, os donos dos meios de produção.

Dai a pratica social é o mais puro critério de verdade, quero assim dizer a atividade transformadora do ser humano. Se as ideias e as teorias conduzem à consecução, com a sua ajuda, dos fins propostos, é porque encerram uma verdade e refletem adequadamente as leis da realidade. E quem disse isto e estabeleceu em livros foi G. Chaknazárov um autor russo. E assim o poder da razão humana encaminha-se em primeiro lugar, para os problemas gerados pelas exigências da praticas.

O próprio conhecimento é inconcebível sem a prática. Se os os homens observassem meramente o mundo sem participarem, na prática, no desenvolvimento do mesmo, então não poderiam conhecer as leis do desenvolvimento dos fenômenos materiais. Para fazê-l convém , por assim dizer olhar para os últimos de dentro, o que se torna possível no processo da atividade pratica.

Quando temos um país e não cuidamos lembramos aquela velha frase capitalista "O que engorda o boi são os olhos do dono", diante desta exclusão social, em que a massa populacional não participa das decisões politicas devido a aberração da democracia representativa entrega-se o país, assim como as cidades, os Estados na mão de um elite que tens o interesse apenas e simplesmente em tomar conta do caixa, em vender todos os seus bens do povo e embolsar o dinheiro, e nunca prestar contas socialmente a esse povo. Eu não estamos aqui discutindo as prestações de contas burocráticas nos tribunais e fóruns contabilísticos da realidade, mas para a massa da população, por exemplo vendemos toda reserva de água do solo brasileiro, ou todo o pré sal, arrecadamos  x e vou aplicar y, nestes e nestas pontas de estrangulamentos sociais, com o acompanhamento de todos os núcleos democráticos formalizados ou não, e nisto porque pois há pessoas que nunca conseguiram eleger ninguém e nem credita no mundo de competição, e jamais terá o seu olhar e suas palavras proferidas por um representantes que não existem, e  em sua  que a maioria sempre estão as margens do poder. Basta observar numa Câmara de Vereador, nas Assembleias Legislativas ou até mesmo no Congresso Nacional  e procurar quanto são os representantes dos que dormem na rua? Vocês não encontraram? Pois temos uma falha imensa na nossa democracia, outro ponto interessantes  verifiquem os programas partidários nas quais tratam do lumpesinato, verás que nenhum, ou seja essa não é uma preocupação latente dos meios políticos dos sociólogos de gabinetes, são todos bens nascidos, educados nas universidades estatais formadores de indiferentes, pra tentar resolver problemas das diferenças, que estão na base da desorganização social. E isto é imensamente triste.

E é essa a verdade que incomoda, essa é parte líquida deste bagaço de caldo, de solidão, de abandono, que transforma as nossas vias públicas em símbolo de marginalidade, quando era pra ser apenas as veias do ir e vir, na leitura do progresso, no olhar romântico do jovem que se apaixona e tenta demostrar pra sua amada que ele pode caminhar de mãos dadas por essas vias pública. Mas isto tudo é parte de nossa existência e quanto mais vivemos mas passamos a entender que a vida não é apenas o respirar dos pulmões, mas é refletir todos os eventos e entender como damos passos na nossa caminhada em busca da paz e da felicidade, e nisto há uma constância o desvendar da realidade pela necessidade, por uma verdade, que seja apenas socialmente ética.


Manoel Messias Pereira

cronista, poeta, professor
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto-SP. Brasil







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