Realista
De manhã
quando abri o quarto dele meiodormindo
encontrei um negro nu sobre a cama.
Falei muitoprazer e sorri
Depois esquentei o café, comi uma maçã verde
(a mais ácida que encontrei).
Enfiei os óculos escuros e saí para o sol.
Na rua
ninguém percebe o segredo ácido que carrego
insustentável
atrás do negro dos óculos.
quando abri o quarto dele meiodormindo
encontrei um negro nu sobre a cama.
Falei muitoprazer e sorri
Depois esquentei o café, comi uma maçã verde
(a mais ácida que encontrei).
Enfiei os óculos escuros e saí para o sol.
Na rua
ninguém percebe o segredo ácido que carrego
insustentável
atrás do negro dos óculos.
Caio de Abreu
(Santiago-RS 12/09/1948 + Porto Alegre-RS 25/02/1996)
poeta brasileiro
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