Crônica - A paralisação de 15 de março de 2017 - Manoel Messias Pereira



A paralisação de 15 de março de 2017

Neste dia 15 de março de 2017, o Brasil para e reivindica uma atenção dos poderes constituídos, que creem estar apartado do povo. E a principal discussão colocadas em pauta é a reforma da Previdência, feita de maneira em que não há sequer uma pauta de discussão com a classe trabalhadora, mas sim os parlamentares assim como a Presidência da república federativa do Brasil tens conversado com a classe patronal. E essa lógica permitem-nos observar que quem vai arcar com as consequências de ter que trabalhar até 49 anos com contribuição ao sistema e somente aposentar acima dos 65 anos, sendo que nesta idade não receberá os 100% de seus vencimentos devidos. E se o trabalhador tiver períodos de desemprego pode contar que nem aposentará.

A discussão de maior peso é sim na previdência, porém na classe trabalhadora do setor educativo, observamos ainda  outros quesitos  pontos reivindicativos como, a) Contra a reforma do ensino Médio, b) A aplicação da jornada do Piso, c) A ideia de no máximo 25 alunos por classe em todos os níveis da educação básica, d) A implantação integral de todas as metas do Plano Estadual de educação, d) Fim da violência nas escolas e) fim das faltas médicas e das perseguições nas perícias médicas, f) Aumento do vale refeição g) E o assegurar em leis aos professores temporários os direitos iguais a dos efetivos. E sem contar que desde 2014 o governo do Estado de São Paulo, não faz o pagamento do reajuste salarial da categoria.

Assim como os professores a reivindicações específicas dos metroviários, dos motoristas de São Paulo, dos metalúrgicos. mas acredito também que outras pautas reivindicativas possam fazer parte do cortejo no Brasil, pois diante da fala do presidente golpista de maneira machista em que ele acredita que lugar de mulher é no lar, penso que uma pauta sobre a igualdade de gênero pode estar presente nas manifestações.

Historicizando um pouco a nossa realidade descobrimos que todas as pautas estão alicerçadas nas necessidades da classe trabalhadora e ela que está na luta neste dia 15 de março, e demonstrando que jamais aceitam pacificamente as mudanças que são nocivas ao sue pleno desenvolver, seja no processo das relações humanas trabalhistas e sociais. Não dá pra fazer uma reforma previdenciária e trabalhista sem sequer admitir conversar com esses trabalhadores, sem sequer entender as causas dos desempregos e sem um trabalho de fato e de verdade assistencial capaz de dinamizar todos os problemas causados pela contradição capitalista, que assegura juros altos as instituições financeiras bons lucros a classe empresarial no processo exploratório do ser humano para outro ser humano e não responde aos anseios de quem precisa do Estado, que reveste agora de um corporativismo nos poderes constituídos num não me toque, numa brindagem escandalosa.

O movimento da classe trabalhadora é de plena resistência, expressada em passeatas, em cartazes, alicerçados nas teorias de um práxis ideológica, rediscutindo desde a infra-estrutura que sustenta essa superestrutura do sistema capitalista. E esses trabalhadores sabem que essa crise é do próprio sistema capitalista, que concentram toda a riqueza do planeta nas mãos de poucos, em detrimento da maioria dos trabalhadores que possui renda ínfima, e vê muitas propagandas para aumentar o consumo e possibilitar maior renda a classe burguesa mas esse consumo não aumenta na mesma proporção.

Sabemos que a maioria pensante exposto na mídia são da classe burguesa, são dos meios patronais e muitos profissionais destas mídias parece ignorar o papel do pensador popular, reivindicatório e não faz uma análise conjuntural com bases formatadas no cotidiano dos proletários e dos camponeses trabalhadores desempregados, dos lumpesinatos, não há qualquer tipo de pensar neste sentido.

Os sonhos dos pensadores trabalhistas é de ter a) superação dos meios de produção enquanto propriedade privada, b) superação de produção de mercadoria c) controle dos produtores sobre os produtos e suas relações de trabalho, é o acesso aos direitos de que todos precisam alimentar-se, vestir-se, viver-se em condições humanamente possíveis. d) O controle dos indivíduos sobre si mesmos e seus relacionamentos mútuos, a ajuda dos trabalhadores em favor da classe trabalhadora, e) é o desenvolver seus estudos e suas potencialidades intelectuais com o respeito e atenção devida independente de suas condições sócio econômicas, pois a educação tem o papel primordial de permitir a superação intelectual e educacionalmente.  Até o dia que chegarmos ao princípio de um sociedade harmônica, de respeito mutuo. A busca de ultrapassar o estágio do trabalhador na sua conquista puramente econômica, para uma luta imediatamente política, desconfiando nesta classe de gestores burgueses, desconfiando nestes processos de seres armados que reprime o povo, é preciso entender que há uma democracia de trabalhadores como forma superior, numa direção consciente. Os trabalhadores creio que já estão fartos de serem escravos de um sistema em que eles trabalham, adoecem, são tratados como ratos de experiências e depois mortos, pelas a atividades ou pelo próprio Estado no seu processo repressivo, ou no processo de erros do próprio sistema na sua contradição social, basta ver as filas hospitalares as infecções parece tudo feito de um propósito macabro do sistema.

É preciso igualdade política e econômica simultânea para todos os brasileiros assim como para todo o mundo, porque igualdade política sem igualdade econômica é uma farsa, uma mentira.  Precisamos de um mundo em que todos nascerão, se desenvolverão, instruindo e usufruindo dos bens necessários à vida em condições de igualdade para todos e aposentando na medida em que as suas forças de trabalho já não são mais necessárias para o processo da produção. E ai cabe a todos acolherem na vida até ao jardim das últimas primaveras.


Manoel Messias Pereira

cronista, poeta
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
São José do Rio Preto -SP.




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