José Serra negocia entrega aos EUA de base militar no Maranhão
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, retomou secretamente negociações com os Estados Unidos sobre um acordo para utilização da base militar de Alcântara, no Maranhão.
Segundo a revista Carta Capital, uma proposta mantida em sigilo foi elaborada e apresentada a autoridades estadunidenses, que teriam recusado a primeira oferta. Apesar de terem recebido a garantia da base em troca de dinheiro e tecnologia, a flexibilização de antigas proibições nos termos propostos foi rejeitada, de acordo com a publicação.
Alcântara é uma base militar para lançamento de satélites e a mais bem localizada estrategicamente em todo o globo. Além disso, também é a mais econômica, pois os foguetes lançados dessa base alcançam o espaço mais rapidamente.
Um dos oficiais envolvidos na negociação é o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral. Ele foi porta-voz do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando foi feito um acordo entre Brasil e EUA sobre a base. No entanto, tal acordo nunca chegou a ser concluído, porque Luiz Inácio Lula da Silva, sucessor de FHC, considerou a entrega da base comprometedora para a soberania brasileira.O governo brasileiro negociou com a Ucrânia a utilização de Alcântara a partir de 2003, pois seria mais interessante para o País. Os EUA estavam preocupados com a transferência de tecnologia de foguetes do antigo país soviético ao Brasil, segundo conversa entre os ex-embaixadores estadunidense e ucraniano em Brasília em 2009 vazada pela Wikileaks.
Com o golpe de 2014 na Ucrânia, apoiado pelos EUA, o acordo foi cancelado.
Em setembro de 2016, após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, o novo governo brasileiro convidou os EUA a utilizarem a base de Alcântara, na primeira etapa da retomada das negociações.
Tal acordo é considerado uma “sujeição total” para o Brasil pelo especialista em economia internacional José Carlos de Assis, em artigo no site Brasil 247. “Perderemos a soberania sobre a base”, afirma.
Um acordo secreto “daria aos americanos enormes vantagens”, na opinião do economista. “Em primeiro lugar, atenderia a seu desejo explícito de não deixar o Brasil desenvolver uma tecnologia própria de foguetes. Em segundo lugar, impediria um eventual acordo brasileiro com outra potência na área, por exemplo, a Rússia.”
Em 2003, ano do cancelamento das negociações com os EUA e início do acordo com a Ucrânia, a base de Alcântara sofreu um estranho acidente que nunca foi corretamente explicado. Após um incêndio no local, 21 engenheiros e técnicos morreram e o lançamento do primeiro veículo lançador de satélites brasileiro (VLS) foi cancelado para sempre. Esse foi o mais grave acidente em toda a história do programa espacial brasileiro.
Ilustração: Nova plataforma do VLS no Centro de Lançamento de Alcântara, Maranhão. Foto de Força Aérea Brasileira (CC BY-NC-SA 2.0)
Fonte: Diário Liberdade
Segundo a revista Carta Capital, uma proposta mantida em sigilo foi elaborada e apresentada a autoridades estadunidenses, que teriam recusado a primeira oferta. Apesar de terem recebido a garantia da base em troca de dinheiro e tecnologia, a flexibilização de antigas proibições nos termos propostos foi rejeitada, de acordo com a publicação.
Alcântara é uma base militar para lançamento de satélites e a mais bem localizada estrategicamente em todo o globo. Além disso, também é a mais econômica, pois os foguetes lançados dessa base alcançam o espaço mais rapidamente.
Um dos oficiais envolvidos na negociação é o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral. Ele foi porta-voz do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando foi feito um acordo entre Brasil e EUA sobre a base. No entanto, tal acordo nunca chegou a ser concluído, porque Luiz Inácio Lula da Silva, sucessor de FHC, considerou a entrega da base comprometedora para a soberania brasileira.O governo brasileiro negociou com a Ucrânia a utilização de Alcântara a partir de 2003, pois seria mais interessante para o País. Os EUA estavam preocupados com a transferência de tecnologia de foguetes do antigo país soviético ao Brasil, segundo conversa entre os ex-embaixadores estadunidense e ucraniano em Brasília em 2009 vazada pela Wikileaks.
Com o golpe de 2014 na Ucrânia, apoiado pelos EUA, o acordo foi cancelado.
Em setembro de 2016, após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, o novo governo brasileiro convidou os EUA a utilizarem a base de Alcântara, na primeira etapa da retomada das negociações.
Tal acordo é considerado uma “sujeição total” para o Brasil pelo especialista em economia internacional José Carlos de Assis, em artigo no site Brasil 247. “Perderemos a soberania sobre a base”, afirma.
Um acordo secreto “daria aos americanos enormes vantagens”, na opinião do economista. “Em primeiro lugar, atenderia a seu desejo explícito de não deixar o Brasil desenvolver uma tecnologia própria de foguetes. Em segundo lugar, impediria um eventual acordo brasileiro com outra potência na área, por exemplo, a Rússia.”
Em 2003, ano do cancelamento das negociações com os EUA e início do acordo com a Ucrânia, a base de Alcântara sofreu um estranho acidente que nunca foi corretamente explicado. Após um incêndio no local, 21 engenheiros e técnicos morreram e o lançamento do primeiro veículo lançador de satélites brasileiro (VLS) foi cancelado para sempre. Esse foi o mais grave acidente em toda a história do programa espacial brasileiro.
Ilustração: Nova plataforma do VLS no Centro de Lançamento de Alcântara, Maranhão. Foto de Força Aérea Brasileira (CC BY-NC-SA 2.0)
Fonte: Diário Liberdade
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