Cruzada para barrar a Reforma da Previdência

Agência Senado e Agência Brasil | domingo, 11 de dezembro de 2016 - 17h48

Senador anuncia cruzada para barrar reforma da PrevidênciaPaim classificou de “cruéis” as mudanças nas regras da aposentadoria

(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou uma cruzada contra a reforma da Previdência, a partir desta terça-feira (13), quando será realizada audiência pública na Comissão de Direitos Humanos para debater o tema. Paim classificou de “cruéis” as mudanças nas regras da aposentadoria que incluem o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição. Para o senador, a pressão popular impedirá a votação da matéria já na Câmara dos Deputados.
O projeto estabelece a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem e tempo mínimo de contribuição de 25 anos. No entanto, para obter o benefício em valor integral, o trabalhador precisará pagar por 49 anos.
Atualmente, as mulheres podem pedir a aposentadoria com 30 anos de contribuição e os homens, após 35 anos de trabalho. Para receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95 (homens), que é a soma da idade e do tempo de contribuição.
As regras propostas reduzem, na avaliação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as possibilidades de acesso aos benefícios previdenciários. “Os critérios que foram colocados de idade e tempo de contribuição dificultam bastante a obter a pensão. E há uma redução de valor, provavelmente, nas aposentadorias. Podemos ter até exclusão de uma grande parcela da população dos direitos previdenciários”, analisou o economista do Dieese, Clóvis Scherer.
Os que atuam em atividades com menor regulamentação e remuneração acabam, na opinião do economista, mais prejudicados. “Principalmente a parcela da população que tem empregos mais precários: maior rotatividade e informalidade vai ter dificuldade de contribuir e chegar a idade de aposentadoria com os requisitos exigidos. Existe um impacto grande nos trabalhadores rurais”, acrescentou.

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